Uso de WiFi nas escolas públicas cresce 14% em um ano

15/07 - Pesquisa TIC Educação revela que quase todas as escolas estão conectadas à internet, mas poucas capacitam professores para uso de TICs.

Rafael Bucco

15/07/2014 – O uso do computador nas escolas brasileiras se tornou comum. Essa é uma das conclusões que podem ser retiradas da pesquisa TIC Educação, apresentada hoje pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), organismo ligado ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). 

De acordo com o estudo, realizado entre setembro e dezembro de 2013, divulgado hoje, 99% das escolas brasileiras têm computadores para uso administrativo ou pedagógico. Destas, todas têm computador de mesa, enquanto 73% possuem notebook. Entre 2012 e 2013 houve, ainda, aumento do uso dos tablets, saindo de 2% para 11%. O estudo confirma também o crescimento do WiFi nas escolas brasileiras. 71% das públicas possuem acesso à Internet sem fio (WiFi), um aumento de 14 pontos percentuais em relação a 2012.

76% dos professores entrevistados afirmam usar laboratórios de informática, enquanto 46% declararam usar micros na própria sala de aula, um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2012. “Esse dado mostra como o professor percebe a importância do uso das novas tecnologias com os alunos, pois, parte deles leva seu computador pessoal para a sala de aula”, explica Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br.

Os computadores para uso pedagógico estão, na maior parte, em laboratórios. 85% das escolas em 2013 tem computador instalado neste local. Na sala de aula, apenas  6% das escolas têm computador, um número que permaneceu estável em relação ao ano anterior.

A pesquisa aponta ainda que a Internet está presente na maioria das escolas que possuem computador na rede pública (95%) e na rede privada (99%), porém, a baixa velocidade de conexão à rede ainda é um desafio: 52% das escolas públicas declararam possuir uma conexão de até 2 Mbps, enquanto este percentual é de 28% nas escolas particulares. Na percepção dos professores e coordenadores pedagógicos esta ainda se constitui em uma barreira para adoção das novas tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem.

A pesquisa aponta também desafios a serem vencidos. O primeiro é melhorar a relação aluno/máquina, uma vez que a há em média 7 notebooks por escola, mas 600 alunos em média por escola. “Outro desafio é a velocidade de conexão. Dado esse cenário, a velocidade de conexão é o maior indicador de diferença entre a escola pública e privada”, lembra Camila Garroux, coordenadora da pesquisa. 46% das escolas públicas têm conexão de 1 a 2 mbps. 43% das escolas privadas têm conexão 5 a 10 Mbps.

Uso de conteúdos educacionais digitais
A pesquisa TIC Educação 2013 mediu, pela primeira vez, se os professores recorrem à internet para ensinar. Os tipos de recursos mais utilizados são imagens, figuras, ilustrações ou fotos (84%), textos (83%), questões de prova (73%) e vídeos (74%). O uso de jogos chega a 42%, apresentações prontas, 41%, e programas e softwares educacionais, 39%.

A quantidade de publicações de recursos educacionais por professores, ou seja, profissionais que são autores de conteúdos educacionais e que compartilham suas produções na rede, ainda é pequena. Apenas 21% dos professores de escolas públicas já publicaram na Internet algum conteúdo educacional que produziram para utilizar em suas aulas ou atividades com os alunos. “Existe o desafio de desenvolver a autoria do professor no sentido de produção do conteúdo e publicação destes recursos na rede”, ressalta Camila.

A coleta de dados para a realização da quarta edição da TIC Educação aconteceu entre os meses de setembro e dezembro de 2013. Foram entrevistados, presencialmente, 939 diretores, 870 coordenadores pedagógicos, 1.987 professores e 9.657 alunos, de 994 escolas públicas e privadas localizadas em áreas urbanas de todas as regiões do território nacional. Para acessar a pesquisa TIC Educação 2013 na íntegra, assim como as pesquisas anteriores do CETIC.br, visite http://cetic.br.