26/03/2010 – (Do Cultura Livre) Os avanços nos softwares e na capacidade de armazenamento fizeram da criação de vídeos não só uma forma de arte emergente, mas também uma nova linguagem, essencial à plena liberdade de expressão.
A criação e distribuição de vídeos online por usuários da rede aceleram a relativização das barreiras que antes separavam produtores e consumidores de conteúdo, além de aumentarem de forma significativa a pluralidade de vozes e diversidades de visões de mundo que podem se fazer ouvir na esfera pública. Passa-se de uma conjuntura em que os grandes canais de TV monopolizavam a produção e veiculação de vídeos para um contexto de autoridade distribuída e possibilidade de inovação e criatividade. Entretanto, para que o potencial dos vídeos possa de fato se concretizar, as ferramentas para criar, manipular e partilhar vídeos devem estar disponíveis a todos.
Diferentemente do que acontece com outras formas de expressão online, a produção e distribuição dos vídeos é limitada por diversas barreiras, como padrões e ferramentas proprietárias e barreiras jurídicas. Criar uma rede que possa impulsionar os vídeos abertos é o objetivo do movimento open video e da coalizão internacional Open Video Alliance.
No Brasil, o movimento em prol dos vídeos livres vem se estruturando desde 2004, formado por uma diversa gama de atores, como desenvolvedores de software, produtores de vídeos, jornalistas, advogados, dentre outros. Os participantes encontram-se envolvidos em diversos projetos, cujo ponto de ligação é o desejo de manter a cena de vídeos aberta e participativa.
No dia 19 de março um seminário sobre vídeos livres foi organizado pelo Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV, em parceria com a Open Video Alliance e o iCommons. O seminário explorou diversos temas, como padrões abertos, remixing, distribuição de vídeo, propriedade intelectual, software livre e neutralidade da rede. Mapeou-se ainda o contexto, os principais atores e os desafios relacionados ao vídeo distribuído por meio da Internet no Brasil.
Se você quiser fazer parte do debate sobre vídeos livres no Brasil, inscreva-se na lista de discussão criada pelos participantes do movimento em prol dos vídeos livres.